Prefeita apoia movimento dos hospitais filantrópicos
A prefeita Paula Mascarenhas e a secretária municipal de Saúde, Roberta Paganini, acompanharam os representantes dos hospitais filantrópicos de Pelotas, nesta quarta-feira (27), na sede da Associação Comercial, em entrevista coletiva para comunicar à população da cidade sobre a grave situação vivida, devido ao déficit financeiro e à dificuldade enfrentada para manterem os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Município demonstra apoio ao movimento das instituições na busca por recursos junto aos governos estadual e federal.
Município demonstra apoio ao movimento dos hospitais filantrópicos na busca por recursos - Fotos: Rodrigo Chagas
Paula explicou que a Prefeitura está com os pagamentos que são contratualizados em dia e já realiza aportes com incentivos municipais de mais de R$ 1 milhão por mês, mas isso não tem sido suficiente para amenizar os efeitos da crise. No dia 26 de agosto, a partir da reunião entre a prefeita e representantes da Santa Casa, Beneficência, Espírita e São Francisco de Paula, o movimento regional foi articulado e, no dia 6 deste mês, a pauta foi levada até a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, e o governo de Eduardo Leite passou a estudar alternativas para auxiliá-los.
“Temos quatro hospitais filantrópicos em Pelotas, qualificados, que vêm mantendo a saúde pública da nossa cidade há décadas. Estamos ao lado deles para buscar recursos junto a outros entes, como o governo do Estado, e vamos lutar pela possibilidade de termos um recurso injetado aqui, que não esteja vinculado ao aumento dos serviços pois, diante do cenário que vivem, eles precisam de um recurso livre. Também vamos a Brasília buscar recursos, pois é nossa saúde pública regional que está em jogo”, afirmou a gestora de Pelotas.
A prefeita relembrou da proximidade com hospitais, que iniciou durante a pandemia do coronavírus, com a criação de um grupo de trabalho junto à Secretaria de Saúde, que pensou nas estratégias de enfrentamento da atenção hospitalar. Atualmente, são enfrentadas as consequências da pandemia. A demanda por serviços do SUS aumentou à medida que a população passou a ter menos poder econômico e, somado a isso, houve o aumento dos custos dos procedimentos e medicamentos que não voltaram aos valores anteriores. Além disso, o mercado da saúde suplementar, que representa menos de 15% da população e que deixava resultado financeiro que cobria parte do déficit do SUS, está cada vez menor e ainda é disputado pelos hospitais filantrópicos e hospitais privados. Todos esses fatores influenciam o cenário de dificuldade.
A Prefeitura de Pelotas continua com os estudos de alternativas de auxílio. Em abril, foi assinada a Lei 7.174/2023, que cria o serviço público de loterias, denominado Lotopel, e definido, junto com a Câmara de Vereadores, que parte dos recursos arrecadados será destinada para custeio dos hospitais do município. Outra medida, conforme informou Paula, é articulada junto à Procuradoria-Geral, para que emendas parlamentares destinadas à saúde sejam usadas para custeio dos hospitais, o que auxiliaria a manter a sua sustentabilidade.
Também esteve presente na coletiva o vereador Rafael Amaral (PP), representando a Câmara Municipal.
