
Prefeitura trabalha para garantir abrigo à população de rua
A Prefeitura tem intensificado as abordagens sociais para oferecer abrigo as pessoas em situação de rua e evitar que enfrentem as noites de inverno nas ruas. Quando aceitam, as pessoas são levadas até a Casa de Passagem, onde recebem alimentação, têm acesso a banho e a uma das 55 camas com travesseiro e cobertores para passar a noite. Em caso de necessidade, ainda há 30 colchões para atender mais usuários. Na Casa, também tem espaço para abrigar os cães do público assistido. A próxima abordagem será nesta quarta-feira (5).
Rondas cotidianas
O trabalho inicia-se quando começa a escurecer. Profissionais percorrem locais usados como abrigo por pessoas em situação de rua, como marquises supermercados, lojas, bancos, além de praças e outros pontos já conhecidos.
Para quem não aceita ir para o abrigo, são distribuídos cobertores.
O secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, explica que a maioria das pessoas não aceita o serviço, mas, como um dos objetivos é a criação de vínculos para posterior encaminhamento ao sistema de acolhimento, as abordagens seguem. "Para oferecer os serviços, tanto para acolhimento quanto para resgatar as pessoas, é preciso, primeiro, criar vínculos e ganhar a confiança e, a partir daí, começar os encaminhamentos, como para a área de saúde, documentos, benefícios e, até mesmo, para capacitações para o mercado de trabalho", afirma.
Sobre a recusa em aceitar o acolhimento, Bündchen avalia que “as pessoas estão sem esperança, sem perspectiva, muitas tiveram os vínculos familiares rompidos e só querem ficar isoladas, buscando como atenuante o uso de álcool e outras drogas. Uma parte também tem algum tipo de transtorno mental, o que dificulta o entendimento e a percepção de que utilizar os serviços é uma saída da condição em que se encontram”. Somado a isso, muitos trabalham à noite, coletando materiais recicláveis ou cuidando carros, o que inviabiliza a ida para a Casa de Passagem, e o afastamento deles, mesmo que por apenas algumas noites, pode fazer com que percam o ponto bom, onde já são conhecidos e costumam cuidar de carros, receber recicláveis e doações.
Apesar das dificuldades, ele vê perspectiva no trabalho. “O caminho é difícil, é demorado, mas precisamos começar. Já conseguimos inscrever algumas pessoas nos cursos do Capacitar Pelotas e se elas concluírem terão novas possibilidades”, diz.
No Centro Pop, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h, as pessoas em situação de rua têm acesso a encaminhamentos de documentos, benefícios e outros serviços; podem tomar banho, se alimentar, descansar e lavar as suas roupas.
A Casa de Passagem abre suas portas às 19h e fica junto ao prédio do Cras São Gonçalo, na rua Dona Darcy Vargas, 212. O telefone para contato é o (53) 3199-8867. O Centro Pop fica na rua Três de Maio, 1.070, e o telefone é o (53) 3199-8115.