Sala Frederico Trebbi apresenta exposição “Z3: Entre Redes e Memórias”
Na segunda-feira (4), às 14h, na sala Frederico Trebbi (Paço Municipal), ocorre a abertura da Exposição Colaborativa “Z3: Entre Redes e Memórias”, que celebra a história, os conhecimentos tradicionais e a cultura da comunidade pesqueira Colônia São Pedro, popularmente conhecida por Colônia Z3. Organizada pelo curso de Bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da Prefeitura de Pelotas, por meio da Secretaria de Cultura (Secult).
A exposição é fruto de um processo participativo com moradores, pescadores e pesquisadores, destacando as práticas da pesca artesanal, as lutas sociais e a memória coletiva que compõem a comunidade ribeirinha. De iniciativa de acadêmicos da Museologia/UFPel das disciplinas de Expografia I, II e III, sob orientação dos professores Daniel Maurício Viana de Souza e Diego Ribeiro Lemos, a mostra conta com curadoria compartilhada com os próprios moradores da Z3.
A concepção da exposição nasceu da escuta, do diálogo e da imersão no território. Após visitas e rodas de conversa com a comunidade, a mostra foi estruturada a partir de quatro eixos temáticos: Origens, Saberes e Fazeres, Tradição e Sociabilidade e Perspectivas de Futuro. Em cada um desses espaços, o visitante é convidado a conhecer histórias de luta e resistência de uma comunidade que, desde 1921, constrói seus modos de vida às margens da Lagoa dos Patos.
Entre os elementos que compõem a expografia, sobressai um barco artesanal posicionado no centro da sala. Este símbolo da pesca de baixo impacto ambiental, praticada na colônia, cria uma ambientação sensorial que transporta o público para o cotidiano da Z3. As peças expostas, cedidas por moradores locais, incluem itens do cotidiano ressignificados, edições raras do jornal comunitário O Pescador, e objetos produzidos pelas Redeiras da Z3, mulheres que transformam redes inutilizadas em arte e sustento.
O material exposto também aborda a luta das mulheres pescadoras pelo reconhecimento de seu trabalho e os impactos da enchente histórica de 2024, que alterou drasticamente o modo de vida na comunidade. Durante o período da mostra, haverá oficinas com as redeiras no Mercado Central e atividades educativas na Escola Almirante Raphael Brusque. Todo o acervo será documentado e digitalizado, garantindo o acesso livre e a democratização da memória coletiva.
A exposição estará aberta à visitação de segunda a sexta-feira, até o dia 14 de agosto; até o dia 13, das 8h30 às 17h e no dia 14, até o meio-dia. A Sala Frederico Trebbi fica no saguão do Paço Municipal, à Praça Cel. Pedro Osório, 101.
