Prefeita Paula abriu a cerimônia, que contou com assinatura de lei em benefício às vítimas, lançamento de portal de acolhimento e retomada de projeto de recuperação dos agressores
27-05-2019 | 18:09:45
A 1ª Semana Municipal de Combate ao Feminicídio e à Violência Contra a Mulher foi aberta, oficialmente, nesta segunda-feira (27), em cerimônia no Salão Nobre do Paço Municipal. Uma série de atividades buscam conscientizar a comunidade pelo fim dos abusos e promovem o acolhimento a mulheres que sofrem qualquer tipo de violência. Três novidades marcaram o início da programação: o lançamento do portal virtual “Fale Sobre Você”; a assinatura da Lei nº 6.695, que assegura 10% das vagas nas escolas infantis para filhos de mulheres vítimas de violência doméstica; e a divulgação do edital para projetos de atendimento aos homens agressores.
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O mês de maio foi escolhido para a programação pela relação com o mês das mães, em lei de setembro do ano passado. A iniciativa vem a somar-se aos trabalhos desenvolvidos pela Rede de Proteção à Mulher de Pelotas, que é referência para todo o Rio Grande do Sul, envolvendo Executivo, Legislativo, Judiciário, forças policiais e grupos da sociedade civil.
Foi com esse viés de qualificar cada vez mais o suporte dado aos envolvidos em violência doméstica que as novidades vêm para informá-los e engajá-los. Conforme a prefeita Paula Mascarenhas, as ações estão sendo desenvolvidas sempre em parceria com todas as representações, que oferecem sugestões, com inteligência e compromisso.
“Estamos caminhando para um momento de menos violência e de mais consciência da sociedade sobre esse assunto. De mais autonomia das mulheres, mais coragem pra enfrentar e denunciar, e também mais conscientização dos homens agressores, para que todos possam superar esses problemas. Também com o Pacto Pelotas pela Paz conquistamos muito no eixo da repressão e, mais importante, da prevenção, que prepara um novo futuro”, destacou a prefeita.
Todavia, a chefe do Executivo lembrou que, apesar da diminuição dos homicídios em 50% no primeiro quadrimestre do ano, e em 22% na comparação de 2018 com 2017, infelizmente o número de feminicídios cresceu em Pelotas, assim como em todo o Brasil. Por isso, no último encontro do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), a Rede de Proteção à Mulher esteve presente para criar um espaço de diálogo permanente, com troca de informações com órgãos de segurança, buscando coletar informações precisas sobre a violência contra as mulheres no território, a fim combater com eficiência e, sobretudo, preveni-la — o grande foco.
Para os casos em que o ato de violência já aconteceu é que foram criadas três inciativas. A primeira delas, o Portal de Acolhimento Virtual “Fale Sobre Você”, ligado ao site da Prefeitura, será um espaço de escuta e fonte de apoio para as mulheres que ainda não tiveram coragem de buscar ajuda na rede, explica a coordenadora do Centro de Referência da Mulher, Myryam Viegas. “Considerando que muitas vítimas sofrem caladas, por medo e vergonha, pensamos nesse espaço virtual”, afirmou
A partir de um formulário online, em que a mulher não precisa se identificar, ela relata sua situação; a ferramenta é voltada ao auxílio de como proceder. A triagem das histórias fica a cargo de um grupo de cinco pessoas, que vão direcionar as dúvidas à equipe técnica da Rede de Proteção.
A Lei nº 6.695, proposta pela vereadora Daiane Dias (PSB), determina que 10% das vagas nas escolas municipais de educação infantil (Emeis) sejam para filhos de mulheres vítimas de violência, quando o caso for devidamente investigado e comprovado. De acordo com a parlamentar, a ideia é promover a emancipação da mãe e auxiliá-la na busca por mais autonomia.
Proponente também da legislação que criou a Semana Municipal de Combate ao Feminicídio e à Violência Contra a Mulher, ela afirmou ser este um momento singular para o município. “Nós temos toda uma gestão comprometida, o que é importante salientar. A partir disso, se preocupa e promove o debate dessas questões”, disse.
A prefeita Paula enfatizou que a nova lei dá segurança às famílias ao oferecer um espaço de recuperação para a criança, em um ambiente saudável, e à mãe também a oportunidade de buscar um emprego e sua autonomia financeira.
“Finalmente temos o retorno do projeto de atendimento aos homens agressores, que já tivemos e precisamos interromper. É um serviço fundamental, porque tão importante quanto a punição é a gente oferecer a recuperação desse homens, pra que não reincidam”, comemorou a prefeita.
A Secretaria de Assistência Social (SAS) divulgou, na abertura da programação, um edital de convocação voltado a Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Elas devem apresentar projetos com foco em círculos reflexivos. As propostas podem ser encaminhadas à SAS até o dia 10 de junho.
O secretário Luiz Eduardo Longaray contou que, embora o serviço não seja de atribuição do Município, o governo fez questão de assegurar os recursos para que fosse ofertado aqui em Pelotas. “Colocamos mais um serviço à disposição, que é o tratamento dos homens agressores, um trabalho relevante que vai atacar a causa (do problema). Ter uma rede bem articulada nos orgulha muito”, comemorou.
A abertura oficial da 1ª Semana Municipal de Combate ao Feminicídio e à Violência Contra a Mulher foi prestigiada pelos secretários de Cultura, Giorgio Ronna, e de Educação e Desporto, Artur Corrêa; assessora especial Clotilde Victória; delegada da mulher, Maria Angélica Gentilini; representantes da Patrulha Maria da Penha, da Brigada Militar e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
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