Prefeitura Municipal de Pelotas

A noite dedicada às bandas carnavalescas entregou o que prometeu ao público que, se não lotou, foi em um número expressivo à passarela do samba para acompanhar a programação do Carnaval 2025 em Pelotas. Os destaques dos desfiles, prestigiados pelo prefeito Fernando Marroni, pela vice Daniela Brizolara e secretários municipais, foram a Xavabanda, Dona da Noite e Kibandaço. Outras quatro entidades completaram a agenda. O Carnaval de Passarela 2025 em Pelotas se encerra neste domingo (confira nesta matéria).

Fotos: Volmer Perez (Secom)

A banda Edu Polvo abriu a noite homenageando um personagem que já merece a condição de histórico no carnaval pelotense, o ex-Rei Momo Márcio Goulart, cujo reinado durou 13 anos seguidos - de 2000 a 2012. A aposentadoria do posto parece não tê-lo afastado do espírito carnavalesco. Ele desfilou no chão, em frente ao carro abre-alas, sendo reconhecido pelo público que ainda chegava à passarela do samba para acompanhar o enredo Márcio Goulart - O rei momo do povo.

O Areal Fundos pediu passagem no desfile da Explosão, segunda banda carnavalesca a pisar na passarela montada na rua Conde de Porto Alegre, paralela ao cais do Porto. Entidade que nasceu da antiga escola de samba mirim Explosão do Futuro, a Banda homenageou a cultura cigana com 400 integrantes para apresentar o enredo Alma cigana: segredos, liberdade e dança.

A cultura cigana foi recorrente este ano. Com um apelo popular herdado das arquibancadas do estádio Bento Freitas, onde foi concebida por carnavalescos ligados ao Grêmio Esportivo Brasil, a Xavabanda arrastou o público ao homenagear Terena - a princesa cigana. Personagem que já pertence ao folclore do município, Terena foi exaltada em um desfile que esteve perto da perfeição. Com mais de dois mil componentes e uma bateria com 200 ritmistas, a banda levantou o público nas arquibancadas. Puro Carnaval.

Principal rival da Xavabanda no carnaval pelotense, a Dona da Noite não se intimidou. A banda do bairro Navegantes/Balsa foi até o México para apresentar um dos mais bem-sucedidos produtos audiovisuais já criados no ocidente, o personagem Chaves e, claro, sua turma. Todo elenco estava ali, caracterizado em uma comissão de frente acrobática e cênica, puxando um desfile com mais de três mil pessoas, com direito à ala plus size e a uma bateria que, com maestria, abusou de versatilidade e divisões rítmicas.

Eram 3h36 quando a última integrante do trio de ferro das bandas do Carnaval de Pelotas abriu o seu desfile. Valeu a espera. Com muita garra, a Kibandaço começou a dizer a que vinha já na concentração, quando entoou a clássica Canto das Três Raças, imortalizada na voz de Clara Nunes. Boa pedida. A banda da rua Gonçalves Ledo, bairro Fragata, nem precisou se esforçar muito para ganhar o público que ainda se fazia presente em grande número e já estava extasiado com os dois desfiles anteriores. Com seu samba-enredo contagiante, bebeu na fonte das religiões de matriz africana para unir África e Nordeste sob o enredo Da África ao Nordeste, o Batuque que nos une.

A programação ainda se estendeu com os desfiles das bandas Leocádia e Entre a Cruz e a Espada, tradicional do bairro Fragata, cujo nome faz referência à sua localização, entre o cemitério ecumênico e o quartel do Exército. A fé da religião afro-brasileira deu o tom da apresentação da banda, com o enredo A malandragem da baixada fragatense, em que a entidade Zé Pilintra puxou o cordão.