
Furtos e depredações reduzem novos investimentos públicos
É crescente a incidência de ocorrências de furtos ou depredações de itens do patrimônio público, como fios dos sistemas de iluminação e de semáforos, placas de sinalização, contêineres para resíduos orgânicos, bancos, lixeiras e outras peças que fazem parte do mobiliário urbano. Esses tipos de crimes geram gastos à Prefeitura, que precisa repor o que foi levado ou consertar o que foi danificado ou comprometido. O dinheiro que poderia ser investido em novas melhorias e avanços para a cidade acaba tendo de ser aplicado para consertos ou compra de materiais. O Poder Público apela à população, para que seja sensível, ajude a zelar pelos bens e denuncie sempre que flagrar ações dessa natureza.
Itens do mobiliário urbano, como bancos e lixeiras, são alvo de vandalismo - Fotos: Rodrigo Chagas
As denúncias podem ser feitas por telefone. Qualquer pessoa que perceber alguém pichando ou danificando uma placa, banco público, lixeira, contêiner ou outros itens do contexto urbano, assim como furtando fios da iluminação ou do sistema semafórico, deve entrar em contato com a Guarda Municipal, pelo número 153, ou Brigada Militar, pelo 190. Informar as autoridades é um passo importante para zelar pelo patrimônio e impedir a reincidência pelos mesmos autores dos crimes.
Guarda Municipal
A comandante da Guarda Municipal (GM), Cíntia Aires, salienta que furto ou depredação ao patrimônio, por se tratar de crime, pode ser denunciado a todas as forças de segurança pública.
A GM atendeu, no primeiro semestre, a dez denúncias de danos ao patrimônio, envolvendo prédios públicos com depredações, por exemplo, em porta, portão, grade, chafariz; e a cinco de furtos simples, como fios elétricos e canos de rede de água.
Furtos de fiação de totens de acesso à cidade, de redes de iluminação pública e de semáforos prejudicam a população - Fotos: Arquivo/Ascom
Trânsito
“Um fato novo é o furto de fios de semáforos para pedestres, que funcionam em altura baixa, facilitando o acesso a quem pratica o crime. Para retirar o fio do cabo, o equipamento também acaba danificado, implicando em considerável prejuízo”, afirma o secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam.
O gestor salienta que, somente neste ano, mais de R$ 30 mil foram gastos em consertos de semáforos para pedestres e reposição de fios desses equipamentos. Os pontos onde se registraram sucessivos furtos e danos foram no cruzamento da rua Marcílio Dias com Doutor Amarante e avenida Bento Gonçalves com Professor Doutor Araújo.
As placas de sinalização são outro alvo de vandalismo, como pichações, furtos ou danos. “É preciso reposição ou recuperação. Placas em falta ou alteradas podem provocar acidentes. É uma questão de segurança mantê-las íntegras. A STT também trabalha na manutenção das que estão desgastadas pelo tempo”, pontua Al-Alam.
Sanep
O Sanep absorve considerável despesa em razão do vandalismo. No primeiro semestre deste ano, 34 contêineres foram queimados, gerando o prejuízo aproximado de R$ 57,8 mil - uma média de seis estruturas por mês, considerando o custo médio de R$ 1,7 mil por equipamento. Além dos custos com a reposição de novos, há o investimento em consertos pontuais, como a substituição de rodas, tampas e outras partes, que chega a cerca de R$ 30 mil ao mês.
Ecopontos também receberam visitas indesejadas neste ano. Quatro invasões nesses locais, destinados ao recebimento de materiais inservíveis, evitando que sejam descartados em áreas e em vias públicas, deixaram de saldo o gasto de aproximadamente R$ 1,5 mil por ocorrência, para conserto nos portões, cercas concertina e demais estruturas danificadas pelo vandalismo.
De janeiro a junho deste ano, o Sanep arcou com a reposição de 315 hidrômetros furtados, em média 52 por mês, sendo que o pico de ocorrências foi em maio, com 100 equipamentos levados por ladrões. Cada hidrômetro representa cerca de R$ 240,00 para a autarquia, somados os custos do equipamento e gastos para reposição. No primeiro semestre, o Sanep teve R$ 75,6 mil de despesas somente para cobrir o prejuízo com hidrômetros.
Seplag
A Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), responsável técnica pelas obras financiadas do Município, depara-se com situações que comprometem até mesmo projetos novos, recém-finalizados e entregues ao uso da comunidade. Não são raras as ocorrências de danos a bancos e lixeiras em áreas requalificadas há pouco tempo na cidade, como exemplo o Calçadão central.
“Infelizmente, o vandalismo ocorre de forma corriqueira, principalmente, atingindo a iluminação pública, por meio do furto dos fios. Para exemplificar, dos quatro pórticos instalados nos acessos à cidade, três tiveram a fiação furtada. Além disso, cito a Passarela do Simões Lopes onde, depois de anos, foi resolvido o problema de iluminação, com a instalação de LED. Quinze dias depois da entrega do novo sistema, os fios foram furtados. Os atos que lesam o patrimônio à disposição dos pelotenses e visitantes atingem diretamente o Poder Público, que pede apoio da comunidade para que seja possível manter as melhorias e investimentos em infraestrutura”, detalha o secretário Roberto Ramalho.
O gestor salienta que “o fato de o furto de fios estar se tornando corriqueiro tem levado a Prefeitura a repensar determinados projetos, considerando substituir o modelo subterrâneo, que é uma tendência mundial, pelas tradicionais instalações aéreas, dificultando o acesso de vândalos”.
Iluminação Pública
Somente neste ano, o Departamento de Iluminação Pública (DIP), vinculado à Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), gastou mais de R$ 17,5 mil em reposição de fios e material (luminárias, conectores e outros componentes), furtados do sistema. O DIP já restabeleceu a iluminação pública nas avenidas Saturnino de Brito e Viscondessa da Graça, acesso sul à cidade, duas vezes neste ano, além das avenidas Juscelino Kubitschek de Oliveira e Saldanha Marinho, e da Passarela do Simões Lopes.
Também foram furtados e estão no aguardo de reposição fios e componentes da iluminação do Parque da Baronesa, da praça Piratinino de Almeida e os totens de acesso à cidade localizados no Simões Lopes, na avenida Duque de Caxias e no Centro de Eventos.
Escolas
Escolas do Município também não ficaram de fora do vandalismo. Somente no primeiro semestre, cerca de R$ 12,8 mil foram gastos pela Secretaria de Educação e Desporto (Smed), para recompor estragos e repor itens indispensáveis para as instituições. Os serviços foram executados pela equipe de manutenção escolar ou contratados terceirizados.
A Escola Municipal de Educação Infantil Monteiro Lobato foi alvo de furto da bomba de água, enquanto a de Ensino Fundamental Jornalista Deogar Soares sofreu arrombamento e foram levados a bomba da caixa d’água, a central de gás e tampas dos bueiros. Nesse estabelecimento, a bomba da caixa d’água foi furtada novamente, poucos dias depois de reposta.
Na Escola de Educação Infantil João Guimarães Rosa, a ação foi contra a energia elétrica. Foram furtados o medidor, o disjuntor e toda a fiação do poste. Em questão de dias, todos os itens repostos foram subtraídos pela segunda vez, levando a Smed a contratar serviço de alarme com monitoramento e colocação de cerca concertina, além de instalar o poste em ponto mais distante, dificultando o acesso a ele. Nada deteve os praticantes do crime e foi registrada a terceira ocorrência, envolvendo mais itens, como cabos, disjuntores, torneiras, hidrômetro e fios de cobre. A Secretaria providenciou, mais uma vez, com urgência, a recolocação de todos os itens.