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Município desenvolve programas voltados a gestantes e crianças

Programas Primeira Infância Melhor e Criança Feliz, que integram o Pacto Pelotas pela Paz, estão inseridos nas zonas urbana e rural, com 90 profissionais envolvidos e capacidade para atender 1,6 mil gestantes e crianças de zero a seis anos

Por Marina Amaral 09-08-2022 | 10:24:14

Com intuito de apoiar famílias em Pelotas, principalmente as que estão em situação de vulnerabilidade social, considerando o meio onde vivem, cultura e experiências de cada uma, e para estimular o desenvolvimento integral de crianças, desde a gestação, junto de suas mães, até os seis anos de idade, o Município desenvolve, desde 2005 e 2016, respectivamente, os programas Primeira Infância Melhor (PIM) e Criança Feliz (PCF), que integram o eixo de Prevenção Social do Pacto Pelotas pela Paz. As duas iniciativas são executadas em conjunto, de forma articulada e intersetorial, e possuem capacidade para atender 1,6 mil pessoas.

O período da janela de oportunidades

O PIM e o PCF possuem como público-alvo gestantes e crianças de zero a seis anos, por se tratar de um período chamado "janela de oportunidades”, conforme explica a coordenadora dos programas, Jaqueline Dutra. Nessa fase da vida, o desenvolvimento neuropsicomotor do ser humano evolui de uma forma que jamais acontecerá novamente, o que vai repercutir no futuro. Por isso, a importância de atuar nessa idade. 

“Durante esse período, de zero a seis anos, expor crianças a oportunidades como essas, que o PIM e PCF proporcionam, contribui para o desenvolvimento humano e social, fazendo com que elas possam se tornar cidadãos mais desenvolvidos nos aspectos socioafetivo, educacional e profissional”, destacou Jaqueline.
Foto: Arquivo/Ascom

Por crianças mais capazes

Os acompanhamentos são feitos com visitas domiciliares semanais, em dia e horário acordados entre as equipes do Município e as famílias. Os programas reconhecem, no ambiente familiar, um espaço privilegiado para o estímulo ao cuidado e proteção da criança. 

As famílias recebem orientações semanais nas quatro dimensões do desenvolvimento infantil: motricidade, cognição, socioafetividade e linguagem, para a realização de atividades e brincadeiras que estimulem o desenvolvimento dos pequenos. 

A partir desses ideais e ações, o Primeira Infância Melhor e o Criança Feliz atuam diretamente, segundo a coordenadora dos programas, na redução da mortalidade materno-infantil e da evasão escolar, além da ruptura do ciclo de pobreza e de violência. 

O fato de os visitadores estarem inseridos na realidade das famílias diariamente, podendo acolher e trabalhar junto com as gestantes e crianças, é essencial para o trabalho de desenvolvimento de atividades, estímulo e encaminhamento de forma sistemática e individualizada. Isso porque se considera as prioridades individuais e vulnerabilidades dos participantes, na visão da coordenadora da Rede Materno Infantojuvenil do Município, enfermeira Carmem Viegas.

“O público-alvo atendido por esses programas, gestantes e crianças na primeira infância, precisa ser prioridade nas políticas públicas, pois só assim poderemos diminuir o risco nos diferentes aspectos: de saúde, social e inclusive de redução de violências”, ressaltou Carmem.

É esperado que crianças tenham experiências positivas na primeira infância, por meio do acesso a políticas públicas de inclusão social, e possam usufruir de uma vida escolar plena de oportunidades, manter relações sociais fortalecidas, desenvolver habilidades profissionais e contar com mais chances de enfrentamento dos desafios do futuro.

“Se nós queremos uma Pelotas mais próspera, temos que entender que é necessário investir em cidadãos do futuro, que são as nossas crianças, e precisamos investir hoje nisso”, frisou Jaqueline.

PIM e PCF espalhados pela cidade

São dez equipes de trabalho atuando nas sete regiões administrativas urbanas - São Gonçalo, Laranjal, Centro, Barragem, Três Vendas, Areal e Fragata - e na Colônia Z3, que pertencem à região administrativa rural. Todos os grupos contam com um supervisor e oito visitadores, totalizando 90 profissionais distribuídos por toda a cidade nos turnos da manhã e tarde. 

Fotos: Arquivo/Ascom

Esse grupo de trabalho tem capacidade para atender 1,6 mil gestantes e crianças de zero a seis anos. Por isso, o Município busca mais famílias, preferencialmente em situação de vulnerabilidade social, a fim de oferecer o programa para a comunidade e mostrar esse universo de possibilidades a esse público. 

O perfil das famílias selecionadas é definido, em especial, pela vulnerabilidade social. Na maioria dos casos, são beneficiárias de programas de transferências de renda e também as consideradas mais vulneráveis ainda, que não possuem acesso a essas iniciativas. 

Os participantes são indicados e encaminhados pela rede de proteção social de crianças, formada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), centros de referência de Assistência Social (Cras) e Especializado de Assistência Social (Creas), Conselho Tutelar, hospitais e escolas. Também é feita uma busca ativa nos bairros mais periféricos ou nos bolsões de pobreza do município.

Para mais informações, a população pode entrar em contato pelos e-mails pelotas.pim@gmail.com e pcfpelotas@gmail.com.

Município focado na primeira infância

Na quinta-feira (4), foi apresentado pela prefeita Paula Mascarenhas um plano municipal voltado à Primeira Infância, que será desenvolvido em Pelotas e vai envolver todas as pastas da Administração, tornando-se uma política pública transversal. 

A gestora participou, no final de julho, da formação internacional, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, sobre políticas públicas para a Primeira Infância, articulada pela Fundação Bernard van Leer, Pórtico e Maria Souto Vidigal. A experiência serviu para que a política pública voltada às crianças na cidade ganhasse novas ideias, sendo fortalecida e ampliada. 

Para isso, todos os setores do Município vão trabalhar junto à comunidade, a fim de criar espaços públicos, locais e ruas pensadas para bebês, crianças e cuidadores, tendo em vista seus desejos e suas características físicas, por exemplo, como a altura de uma criança. Todas as decisões tomadas para a cidade levarão em conta a primeira infância, e vão envolver nutrição, educação, lazer e cultura, mobilidade urbana e infraestrutura, saneamento básico, assistência social e moradia, dentre outros aspectos.

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