
Paula debate participação feminina na política em evento do TRE
Nesta quarta-feira (20), a prefeita Paula Mascarenhas foi uma das palestrantes do simpósio “Participação feminina na política e violência política contra as mulheres”, promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJERS) e sua Comissão de Participação Feminina Institucional. O evento foi em Porto Alegre, e teve como objetivo informar e sensibilizar quanto à temática, além de estimular a participação do público feminino na política e processo eleitoral.
“Desde que me elegi prefeita em Pelotas, a primeira mulher depois de 204 anos, me reelegi e acho que cumpri bem meu papel, mas não me esqueço disso: ainda tenho dois anos e meio pela frente e tenho que terminar bem para poder deixar essa ideia de que é possível. Uma mulher pode fazer um bom trabalho e é digna de representar a sociedade”, destacou a gestora municipal.
Fotos: Laura Trápaga
Dentre as autoridades e palestrantes do evento, estavam presentes o presidente do TRE-RS, desembargador Francisco José Moesch, a vice-presidente e corregedora, desembargadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, e a diretora-geral, Ana Gabriela Veiga.
A experiência partidária e medidas afirmativas para maior participação feminina
A apresentação da chefe do Executivo pelotense mostra que, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Alziras, no Brasil, as mulheres são 51% da população, mas não governam, e representam 12% dos municípios; as negras são, respectivamente, 28% e 4%. Os homens seguem no comando de 88% das prefeituras do país. No Rio Grande do Sul, 106 municípios são comandados por mulheres, o que representa 9% das cidades do Estado.
Em relação à experiência de gestão do público feminino, 70% das mulheres já ocuparam cargos de confiança, sendo a maior parte delas como secretárias nas pastas de Educação, Saúde e Assistência Social. Quarenta por cento das entrevistadas já foram aprovadas em concurso público, mais da metade, 51%, como professoras. Além disso, 43% já participaram de Conselhos de Políticas Públicas.
A decisão que garantiu às campanhas de mulheres pelo menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário, além do tempo de propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão, foi considerada importante por 90% das entrevistadas. Isso vai ao encontro do principal obstáculo citado para ser uma mulher na política: a falta de recursos para campanha. O desmerecimento do seu trabalho ou de suas falas e o assédio e violência no espaço público vêm em seguida.
As informações trazidas por Paula também mostram que 58% das prefeitas afirmam já ter sofrido assédio ou violência política pelo fato de ser mulher, o que configura a violência política de gênero. “A violência política contra a mulher por muito tempo foi naturalizada, a ponto de as mulheres não se darem conta”, pontuou. A divulgação de informações falsas e ataques, ofensas e discurso de ódio nas redes sociais foram os tipos de violência mais frequentes registrados por mulheres na campanha eleitoral de 2020.