
Paula participa de reunião da Frente Nacional de Prefeitos
A prefeita Paula Mascarenhas integrou a mesa de debates do seminário ‘Pandemia e o Futuro das Cidades: Governança e Participação’, promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O encontro que foi transmitido pelo Youtube, na tarde desta segunda-feira (17), teve como palestrantes Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju (SE) e presidente da FNP, além do diretor emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos.
O presidente da FNP, Edvaldo Nogueira, abriu a conversa discorrendo sobre as dificuldades e problemas deixados pela pandemia, sobretudo no Brasil. Segundo ele, houve uma fratura entre os entes federados, com estados e municípios tendo que tomar a frente de ações que deveriam ser conduzidas pelo governo central.
Seminário foi transmitido ao vivo. Fotos: Michel Corvello.
A prefeita de Pelotas falou na sequência, trazendo algumas reflexões quanto às lições de humanidade, humildade e igualdade advindas da crise sanitária. Ela destacou que o vírus bate em todas as portas e os processos de vacinação têm seguido as faixas etárias, bem como as ações de solidariedade despertaram mais nesse período.
Paula também lembrou que a pandemia mostrou o quanto os serviços públicos geravam gastos com energia, esforços e burocracia, e com a necessidade de readaptação, precisaram passar por um processo de desburocratização. A gestora ainda projetou as demandas para o pós-pandemia.
"Teremos grandes desafios como em áreas como a educação, não só nos processo pedagógicos, como também na formação e no desenvolvimento humano. Essas perdas interativas terão impactos muito grandes", comentou Paula, apontando, ainda, outros grandes gargalos, como a mobilidade urbana com as dificuldades do transporte coletivo e, também, a habitação, que a gestora entende estar entre os fatores de prevenção à violência.
O seminário que foi mediado pelo ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves e contou ainda com a presença e participação do vice-presidente do Conselho Científico do Centro de Estudos Sociais da Universidade (CES) de Coimbra, Jorge Figueira, e do coordenador do programa de Doutorado do CES, Giovanni Allegretti.
Nova visão de cidade
O professor e também Doutor Honoris Causa das universidades Federal e Católica de Pelotas, Boaventura Santos, que também participou do seminário, falou acerca de aspectos negativos e positivos desencadeados pela pandemia como a falsa ideia de que o vírus é democrático quando comunidades mais pobres tem casos mais acentuados do que zonas mais nobres. Ele também comentou que a solidariedade é algo a ser destacado, especialmente entre as comunidades pobres.
Como perspectivas para um futuro próximo para as cidades no pós-pandemia, o pesquisador apontou que as cidades poderão viver períodos de distúrbios e crises sociais muito fortes e para evitá-los, os gestores deverão atentar para uma outra noção de cidade, que contemple as pessoas de diferentes classes sociais e suas contribuições. Também será preciso pensar na relação cidade/campo, com mais infraestrutura urbana para o meio rural, e tornar as cidades mais próximas do campo, com espaços verdes e hortas urbanas.