
Prefeitura presta homenagem aos 40 anos da morte de Antonio Caringi
No último domingo, 30 de maio, a Prefeitura de Pelotas prestou homenagens ao escultor pelotense Antonio Caringi pela passagem dos 40 anos de sua morte. Um vídeo foi postado no Facebook da Prefeitura e uma sequência de cards com algumas de suas principais obras foi divulgada na página da Secretaria de Cultura. A prefeita Paula Mascarenhas também compartilhou o vídeo em suas redes sociais e reconheceu a importância do artista para o município e o Estado.
Mais conhecido pelo Monumento ao Laçador, em Porto Alegre, e pelo Monumento Nacional ao Imigrante, em Caxias do Sul, ambos de 1954, Caringi responde pela autoria de cerca de 130 esculturas que o tornaram reconhecido como “o maior escultor regionalista do Rio Grande do Sul” por privilegiar temas ligados à história e à cultura riograndenses. Em Pelotas, onze de suas esculturas estão espalhadas pelas principais praças e avenidas da cidade (veja abaixo), entre elas, o monumento em homenagem ao Coronel Pedro Osorio, que pode ser visto na Praça Coronel Pedro Osorio.
Imagens: Prints de tela de postagens nas redes sociais da Prefeitura de Pelotas e Secretaria de Cultura.
“É com satisfação que relembramos e homenageamos Antonio Caringi, considerado o maior estatuário da história da Arte no Rio Grande do Sul. Um artista que nos deixou tanta história em forma de esculturas e que nos enche de orgulho com suas obras, muitas delas de cunho regionalista e que lhe trouxeram o título de “O Escultor do Pampas”, destaca Paulo Pedrozo, secretário de Cultura de Pelotas.
Caringi nasceu em Pelotas, em 18 de maio de 1905, mas passou boa parte da infância no interior de Bagé. “Essas memórias, ricas em elementos da cultura gaúcha, estão muito presentes em sua obra”, ressalta a neta mais velha do escultor, Antonella Caringi de Aquino, que recorda a convivência com o avô até os dez anos de idade.
Há dois anos, Antonella trabalha na catalogação da obra de Caringi em conjunto com o escritório Nóris Assessoria em Arte, do Paraná. “É um direito moral que o artista tenha seu nome vinculado à obra”, enfatiza. O objetivo de Antonella é fazer com que as pessoas conheçam a autoria das esculturas. Ela aponta que o avô é considerado “um dos principais escultores atuantes do estado, entre as décadas de 1930 e 1950” – título apontado por Antonina Zulema Paixão, em seu livro “A escultura de Antonio Caringi - Conhecimento, Técnica e Arte” – e adianta que planeja criar um site para divulgar sua obra pública e também sua obra monumental, com toda a bibliografia existente a respeito do legado do avô, “para que as pessoas tenham ideia da dimensão do trabalho dele”.

Foto inédita do acervo da família de Caringi. Momento de inauguração do Monumento ao Coronel Pedro Osorio, 1954.
Museu a céu aberto - Esculturas de Caringi em locais públicos de Pelotas
*Monumento ao Sentinela Farroupilha (1935), em bronze, na praça 20 de Setembro
*Monumento ao bispo Dom Joaquim Ferreira de Mello (1942), em bronze e granito, na avenida Dom Joaquim
*Estátua do Coronel Pedro Osório (1954), em bronze e granito, e As Três Idades do Trabalho, na Praça Coronel Pedro Osório
*Monumento ao Colono (1957), em bronze e granito, Praça do Colono, na avenida Fernando Osório
*Busto ao Dr. Pereira Lima (1958), em bronze, na Praça Piratinino de Almeida
*Dr. José Brusque Filho (1968), bronze e granito, Praça Coronel Pedro Osório
*Monumento às Mães (1968), que teve como modelo a poeta Noemi de Assumpção Osório Caringi, esposa do escultor
Fotos: Michel Corvello
Formação na Europa
Em 1928, Caringi assumiu o cargo de adido cultural no Consulado Brasileiro em Munique (Alemanha) e estudou arte na Academia de Belas Artes, onde teve aulas com os escultores Hermann Hahn e Hans Stangl. Em 1934 retornou ao Brasil e venceu o concurso para a estátua eqüestre do general Bento Gonçalves, inaugurada em Porto Alegre, em 1935, na comemoração do centenário da Revolução Farroupilha. De volta à Alemanha em 1936, especializou-se em plástica monumental com Arno Breker, em Berlim. Decidiu voltar definitivamente para o Brasil em 1940, devido à Segunda Guerra Mundial.
Ao longo de sua carreira como escultor, realizou muitos trabalhos sob encomenda, venceu onze concursos brasileiros e recebeu nove condecorações. Morreu em Pelotas, em 30 de maio de 1981, aos 76 anos.
(Fonte: artigo de Pedro Luís Monti Prietto, veiculado no site Viva o Charque!, 2012)
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