Café da manhã reuniu a prefeita Paula Mascarenhas, Secretaria de Assistência Social, Ministério Público, Juizado e famílias cuidadoras

Prefeitura promove encontro do programa Família Acolhedora

Café da manhã reuniu a prefeita Paula Mascarenhas, Secretaria de Assistência Social, Ministério Público, Juizado e famílias cuidadoras
Por César Soares 26-08-2022 | 15:17:34
Tags: Família Acolhedora , encontro , Prefeitura , relatos , Ministério Público , Juizado

Com o intuito de aproximar e difundir a iniciativa, a Prefeitura de Pelotas realizou um café da manhã, nesta sexta-feira (26), no Salão Nobre do Paço Municipal, reunindo agentes públicos, homens e mulheres que integram a rede do programa Família Acolhedora. Durante encontro, que teve a participação da prefeita Paula Mascarenhas, relatos de resultados obtidos com o desenvolvimento das crianças acolhidas foram apresentados como forma de motivação e consolidação da iniciativa.

Café da manhã do programa Família Acolhedora no Salão Nobre. Fotos: Gustavo Vara.

A particularidade de cada caso e a superação dos obstáculos pelas famílias e crianças, a partir de cada conquista, foram destacados. A prefeita Paula falou da gratidão pelo envolvimento e a dedicação de cada família no programa.

"É um momento muito especial para aproximar essas famílias do governo, agradecê-las porque se doam e fazem do amor um instrumento de transformação do mundo, acolhendo crianças, generosamente, transformando a vida delas pelo amor. A ideia é fortalecer os laços com essas famílias, agradecer as equipes também e, com isso, dar visibilidade à proposta que é tão fundamental, que tem um potencial enorme para estimular outras famílias a ingressarem no Família Acolhedora", observou Paula.

Para promotora da Infância e Juventude, Luciara Robe da Silveira, esses encontros são fundamentais para consolidar cada vez mais o programa em Pelotas, que já é visto como referência no assunto, no Estado e em outras cidades brasileiras. Além de fazer esse reconhecimento às famílias, a representante do Ministério Público também enfatizou a importância de se desconstruir a ideia dos problemas a partir do rompimento de vínculos, nos momentos de deixar o convívio com as famílias cuidadoras. 

"É muito importante ressaltar que o vínculo não necessariamente se quebra, mesmo quando ocorre os distanciamentos, e isso faz parte da vida de todos nós, desde que a gente vai para a escola, muda de escola, percorre outros caminhos. A nossa vida é permeada de encontros e desencontros e o vínculo permanece sempre no coração de cada um. No caso dessas crianças, elas transformam a vida dos acolhedores e, principalmente, as famílias deixam marcas eternas no desenvolvimento delas, desde o mais básico que um ser humano precisa aprender. Não se pode ver essa transição entre a família acolhedora e a adoção como problema e, sim, como uma solução para a vida dessas crianças", detalhou a promotora. 

Motivação de quem acolhe

Para a funcionária pública Kelly Soares de Carvalho, que está no Família Acolhedora desde o começo, em 2017, e já acolheu dez crianças, desde de bebês, a mais recentemente, uma adolescente de 14 anos, o programa está muito relacionado à trajetória dela. "Inicialmente, queria ajudar as crianças vítimas de violência que precisavam de carinho, por eu ter vivido essa situação. Fui uma criança negligenciada e quis mostrar que, com amor, carinho e confiança, a criança pode se desenvolver, rapidamente. Depois, observei o quanto eles progrediam e que o programa facilita para que a gente tenha esse convívio direto com a criança, diferentemente do apadrinhamento, se tornam filhos e amigos para a vida", relatou.      

Conforme a juíza da Vara da Infância e Juventude, Alessandra Couto de Oliveira, a iniciativa da Prefeitura de promover encontros entre as famílias e as instituições são fundamentais, porque valoriza e estimula quem abraçou esse programa. "A gente vê em outras comarcas do Estado a dificuldade. Às vezes, as prefeituras têm as leis, os decretos, mas não têm as famílias, e nós, desde o começo, tivemos muitas famílias que abraçaram a ideia e hoje estamos com mais da metade das crianças acolhidas em famílias acolhedoras. Isso nos dá uma tranquilidade, porque sabemos que o acolhimento é muito mais benéfico para a criança, com afeto e tratamento individualizado. Estamos no caminho certo", avaliou a magistrada.

O Família Acolhedora

O programa Família Acolhedora é um serviço executado nas residências das famílias habilitadas, sendo destinado a crianças e jovens afastados das de origem ou de responsáveis, por determinação judicial, por descumprimento das funções de cuidado e carinho, no período enquanto a situação jurídica é definida, seja o retorno à família originária ou a adoção. É operacionalizado por equipe técnica da Secretaria de Assistência Social (SAS).

As famílias acolhedoras recebem uma ajuda de custo mensal no valor de um salário mínimo vigente, por criança/jovem acolhido, com a finalidade de sustento. Benefício no âmbito pessoal, como oportunidade de ofertar cuidado e afeto, além de contribuir na mudança do futuro de alguém e da sociedade.

As famílias interessadas devem procurar o programa, junto à Secretaria de Assistência Social (SAS), manifestando interesse para se habilitar. Mais informações pelo telefone (53) 3278-0572.

Resultados

Desde a implantação do programa, em 2017, mais de 200 crianças e adolescentes já passaram pelo acolhimento familiar. Atualmente, são cerca de 20 famílias habilitadas integrantes do programa e que acolhem em média 30 crianças e adolescentes.

Quem pode ser Família Acolhedora

Adultos maiores de 18 anos

Ter disponibilidade de acomodação

Ter disponibilidade afetiva e emocional

Estar em boas condições de saúde física e mental

Não possuir antecedentes criminais

Ter capacidade de ofertar ambiente sadio e harmonioso

Possuir estabilidade socioeconômica

Não possuir cadastro para adoção

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