
Reprodução de barco histórico está em Pelotas
O projeto Barco Seival e Os Caminhos de Garibaldi chegou a Pelotas na sexta-feira (11). A reprodução da embarcação histórica, usada por Giuseppe Garibaldi na tomada do porto Laguna durante a Revolução Farroupilha, está atracada no Quadrado, início da rua Alberto Rosa, na região do Porto, onde permanece até o domingo (20). Durante esse período, receberá alunos de escolas de Pelotas e de outras cidades da região, além de ter horários destinados para a visitação dos interessados.
Público poderá visitar a embarcação - Fotos: Rodrigo Chagas
A programação idealizada pela Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti) em parceria com a pasta de Educação e Desporto (Smed) vai oportunizar o contato de estudantes do município com a embarcação importante da história gaúcha. Além do conteúdo histórico, a Associação Socioambiental Amigos do Seival (Asas) pretende aproximar os estudantes, também, de questões ambientais e do cuidado com a água.
Para o público, as visitas ao barco serão neste domingo (13), na segunda-feira (14) e no dia 20, das 8 às 12h e das 14 às 19h, em grupos de até 20 pessoas, organizados por ordem de chegada. Para a visitação é solicitada uma contribuição espontânea para auxiliar no custeio do projeto que é mantido por meio de doações.
Um resgate histórico
Idealizada pelo professor Antônio Carlos Rodrigues, a reprodução do barco histórico começou a ser construída em 2019, em Camaquã, mesma cidade onde Garibaldi iniciou a viagem em 1839. Feita inteiramente com recursos de doação, a empreitada custou cerca de R$ 600 mil e demorou aproximadamente dois anos para ser concluída.
A concepção foi toda baseada em documentos históricos e em uma fotografia do lanchão - como era chamado na época - tirada em 1908. Seguindo as medidas aproximadas do barco original, a reprodução tem 15 metros de comprimento e 3,8 de largura. A diferença mais expressiva entre as embarcações é o motor, adicionado à réplica para possibilitar a navegação mesmo quando não houver vento favorável.
A pretensão do professor é transformar o Seival em um museu itinerante. Ainda em fase de implementação, já traz a bordo alguns itens históricos, como uma luneta usada por Caniglia, amigo pessoal de Garibaldi, que morreu durante a expedição.
O professor Antônio Carlos destaca que esse “ainda é um trabalho em construção. O forte, aquilo que a gente quer fazer, é um trabalho com interação com os projetos ambientais desenvolvidos em escolas, para, a partir daí, trazer os alunos para cá e dar sequência à questão ambiental que é a sensibilização dos cuidados com a água, com as nascentes”, afirma.
Seival na Revolução Farroupilha
O Seival original foi o menor de dois lanchões - o outro era o Rio Pardo - construídos pelos revolucionários com o objetivo de tomar o porto da cidade de Laguna em Santa Catarina. Com a impossibilidade de navegar pela Laguna dos Patos, que era controlada pelas tropas imperialistas, veio a necessidade de transportar as embarcações por terra, uma das passagens mais importantes da Revolução Farroupilha.
Para a viagem, o plano de Giuseppe Garibaldi foi audacioso para a época. Foram construídas carretas, puxadas por bois, que transportaram as embarcações por um trecho de terra de cerca de 80 quilômetros entre os atuais municípios de Capivari do Sul e Tramandaí, de onde foram lançadas ao mar rumo ao Estado vizinho. Por mar, chegaram a Laguna, onde derrotaram as tropas imperialistas e tomaram o controle do porto. O evento foi um marco importante da guerra, culminando na proclamação da República Juliana.