As entidades, que também divulgam o conhecimento histórico, possuem entrada gratuita ou acessível, principalmente para estudantes

Seis museus preservam o patrimônio pelotense

As entidades, que também divulgam o conhecimento histórico, possuem entrada gratuita ou acessível, principalmente para estudantes
Por Autor desconhecido 30-11-2018 | 16:24:28
Tags: museu do doce , museu da bpp , museu carlos ritter , museu etnográfico da colônia maciel , museu da baronesa , malg

Pelotas é uma cidade histórica que busca preservar seu patrimônio material e imaterial por meio de iniciativas da Secretaria de Cultura (Secult), de universidades e de instituições que trabalham os arquivos, a memória e as origens do município, 

Tais preocupações com o legado da cidade culminaram no reconhecimento, em maio desse ano, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do conjunto arquitetônico de Pelotas como patrimônio material nacional e o modo de fazer os doces pelotenses como patrimônio imaterial do Brasil.

Nesse contexto de preservação da memória e patrimônio são os museus as entidades que preservam, ao longo do tempo, a história de instituições, da cidade e de seus moradores. Muitos deles têm entrada gratuita ou cobram valores acessíveis, principalmente no caso de visitas escolares. 

Veja a seguir a relação de alguns museus com entrada franca que podem ser visitados em Pelotas:  

Rede de Museus

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) possui uma rede de museus, vinculada ao Departamento de Museologia, Conservação e Restauro. É a terceira rede de museus universitários criada no país. Seus quatro principais museus são o Museu do Doce, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg), o Museu Etnográfico da Colônia Maciel e o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter.  

Museu do Doce

Situado no Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório, o Museu do Doce da UFPel abriga diversas exposições e eventos, além de visitações frequentes das escolas. Criado em 2013, retrata o saber fazer doceiro de Pelotas, uma das principais marcas da cidade. Utensílios usados na fabricação de doces, a história das lojas pioneiras no segmento e a história da arquitetura da cidade fazem parte da exposição. O seu horário de funcionamento é de terça a domingo, das 14h às 19h30min. Visitas guiadas de grupos podem ser agendadas pelo e-mail museudodoceufpel@gmail.com, ou no telefone 3921-6291.

Museu do Doce conta a história da tradição doceira em Pelotas. Fotos: Paulo Ienczak.

Veja mais fotos no Flickr da Prefeitura

Vinculado ao Instituto de Ciências Humanas (ICH), o museu fica em um prédio histórico construído em 1878, e que serviu de moradia para a família do Conselheiro do Império Brasileiro, Francisco Antunes Maciel, seu primeiro proprietário. A partir da década de 1950 o local foi base para o quartel-general da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada de Pelotas. O Casarão foi tombado pelo IPHAN no ano de 1977. Sediou diferentes órgãos administrativos até ser adquirido pela UFPel, em 2006.  

Prédio do Museu do Doce foi residência do Conselheiro Francisco Antunes Maciel no século XIX. Fotos: Paulo Ienczak. 

Mostras

A exposição Designer Negros de Pelotas se encontra no Museu do Doce e por lá fica até o dia 20 de dezembro. O objetivo é valorizar a produção de estudantes e profissionais negros na área do design, promovendo debates sobre as influências afro nas artes e a carência dessas abordagens nos cursos de graduação da cidade.  

A mostra “Os Guarani Mbyá”, de Danilo Christidis e Vherá Poty, traz fotografias da vida cotidiana das comunidades indígenas guaranis, pelas lentes dos dois fotógrafos. Permanece no Museu do Doce até o dia 25 de janeiro, com o objetivo de possibilitar sua visitação durante o 9º Festival Internacional Sesc de Música, evento que costuma trazer turistas e movimentar o Centro Histórico.

Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg) UFPel

Situado na praça Sete de Julho, nº 180, foi criado em 1986, como parte integrante do Centro de Artes da UFPel. O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg) tem como objetivo principal preservar a obra do pintor pelotense Leopoldo Gotuzzo, patrono do museu, e servir como local de exposições e propagação de conhecimento sobre as artes visuais. O seu acervo, constituído por mais de 3 mil peças, possui obras datadas desde o século XVI até a contemporaneidade.

Foto: Paulo Ienczak.

“É muito raro encontrar este tipo de acervo tão diversificado em um museu do interior do estado”, ressalta a museóloga do Malg, Joana Lizott.

O Malg, que fica aberto de terça a domingo, das 10h até as 19h30min, possui três galerias:  

Sala Leopoldo Gotuzzo: abriga sempre alguma exposição relativa à obra e/ou vida de Gotuzzo. A coleção conta com utensílios pessoais do artista, mobiliário e 120 obras, entre pinturas e desenhos;

Sala Marina de Moraes Pires: leva o nome da fundadora da antiga Escola de Belas Artes e colega de Gotuzzo, Marina de Moraes Pires. A sala recebe exposições de diferentes artistas. Atualmente conta com peças doadas por Luiz Carlos Lessa Vinholes, um dos principais contribuintes do museu. A coleção é formada por obras de arte orientais, principalmente do Japão.

Sala Luciana Reis: sala nomeada em homenagem a uma das fundadoras do Malg, Luciana Reis, que foi também aluna de Leopoldo Gotuzzo. O local recebe diferentes exposições temporárias.  

O museu oferece visitas orientadas para escolas e comunidade. Interessados podem fazer agendamento pelo e-mail educativomalg@gmail.com ou pelo telefone 3284-4318.  

Retrato de Marina de Moraes Peres (esquerda), autorretrato de Leopoldo Gotuzzo (centro) e retrato de Luciana Reis, todos quadros de autoria de Leopoldo Gotuzzo. Foto: Paulo Ienczak.

Gotuzzo

Leopoldo Gotuzzo nasceu em Pelotas em 1887 e aos 13 anos realizava os seus primeiros estudos artísticos. Estudou na Itália, onde residiu por muitos anos, mas sem perder vínculos com o Brasil, para onde remetia muitos de seus trabalhos. Viveu no Rio de Janeiro, mas vinha a Pelotas periodicamente, onde também promovia oficinas, inclusive na Escola de Belas Artes. Faleceu em 1983. Sua obra é reconhecida nacional e internacionalmente.

Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter, órgão ligado ao Instituto de Biologia da UFPel, localiza-se na rua Barão de Santa Tecla, nº 576, com funcionamento de segunda a sexta, das 9h às 16h.  

Seu conjunto de obras, que inclui mais de mil exemplares de 50 espécies diferentes, começou a ser montado com o acervo de animais taxidermizados artisticamente e mosaicos entomológicos, feitos por Carlos Ritter e doados por sua esposa originalmente para a Escola de Agronomia Eliseu Maciel, no ano de 1926. Ritter foi um empresário, dono da cervejaria Ritter e Irmão, inaugurada na década de 1870, e exercia o naturalismo como hobby. Para mais informações e agendamento é possível entrar em contato pelo telefone 3222-0880.  

Museu Etnográfico da Colônia Maciel  

O Museu Etnográfico da Colônia Maciel, antes localizado no 8º distrito da zona rural,, tem sua sede desde 2017 no Casarão 6 da praça Coronel Pedro Osório. O prédio da antiga Escola Garibaldi, onde ficava o museu, aguarda por uma obra de intervenção, após parte do seu telhado ter cedido durante um forte temporal, o que comprometeu a integridade do acervo. Algumas peças se perderam nesse processo, mas grande parte do que foi recuperado se encontra em exposição na nova sede, com horário de visitação das 14h às 17h, de segunda a sexta. O museu funciona numa parceria entre Prefeitura e UFPel.

Seu acervo conta a história da colonização italiana em Pelotas, com a identificação e conservação de referências orais, materiais e visuais sobre a imigração dessa etnia, que começou a vir para Pelotas no século XIX, se instalando na região da Serra dos Tapes. Mais informações podem ser obtidas na página do museu.  

 Museu Histórico da Bibliotheca Pública Pelotense  

O Museu Histórico da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) existe desde 1904 (a fundação da BPP data de 1875) e, após passar por outras salas da instituição, em 2012 encontrou no subsolo do prédio (antigo porão) o seu espaço definitivo.

Fotos: Paulo Ienczak.  

Aberto para visitação de segunda a sexta, das 9h às 18h, abriga itens arqueológicos, etnográficos e artísticos. No seu local de entrada, à esquerda, vestígios arqueológicos das comunidades indígenas originárias que povoaram a região de Pelotas, e à direita o Espaço de Arte Mello da Costa, que recebe todos os meses uma exposição diferente (até o dia 1º de dezembro é possível apreciar as fotografias de Flor Ariza e Julia Melgares, na mostra “Às margens de la frontera: Jaguarão y Rio Branco”).  

“Buscamos desburocratizar o processo de exposições artísticas. Basta o artista entrar em contato conosco para negociarmos uma exposição”, explica a museóloga, Janaína Rangel.

A sala ao fundo do Museu da BPP mistura registros da história da escravidão, da imprensa, da Revolução Farroupilha e de história local pelotense. Uma das novidades implementadas pela equipe em 2018 foi a utilização de código QR em diversas peças expostas, o que amplia o conhecimento e a interação dos visitantes, que, caso munidos de um celular smartphone, podem acessar conteúdos multimídia relacionados à exposição e curtir a página da BPP.  

Junto ao gramofone exposto no local, por exemplo, há um código QR que direciona para um vídeo do aparelho reproduzindo som. No espaço dedicado à pelotense Yolanda Pereira, a Miss Universo de 1930, o código abre um vídeo contando a história da miss, complementando a experiência de visualizar suas várias faixas em concursos de beleza.

Código QR é uma das novidades no museu da BPP. Foto: Paulo Ienczak.

Os visitantes são guiados cronologicamente durante as visitas, quando são pinceladas passagens da história de Pelotas. “Vemos que as crianças que vêm aqui se interessam, retornam, trazem os pais, os amigos, buscam saber mais. Incentivar isso é nosso verdadeiro objetivo”, relata, orgulhosa, Janaína.  

O Museu da BPP recebe visitas de escolas de toda a região. São cerca de 600 a 800 pessoas que passam pelo local todos os meses. Agendamento de visita guiada pode ser feito pelo telefone 3222-3856 ou pelo e-mail museu@bibliotheca.org.br.

Museu da Baronesa

O acervo do Museu da Baronesa, gerido pela Secretaria de Cultura (Secult), contém mais de 1000 peças que juntas contam a história da alta sociedade pelotense do século XIX. Localizado dentro do Parque da Baronesa — que pode ser acessado pelo público durante o dia todo, de segunda a domingo—, o museu se formou com doações da família Antunes Maciel, antiga proprietária do prédio e chácara do entorno, e de outras famílias tradicionais de Pelotas. 

Foto: Gustavo Mansur/Arquivo

O local (parque e prédio do museu) pertence à Prefeitura desde 1978, e foi tombado como patrimônio municipal em 1985.

O parque, que possui área de 7 hectares, abriga um sobrado no estilo bangalô americano construído em 1935, chamado de Vila Stella (a casa azul); uma torre de banho onde as mulheres da família se refrescavam durante o verão; uma gruta com pedras de quartzo incrustadas; um pequeno castelo; um jardim em estilo inglês e outro em estilo francês; um chafariz e extensa área verde.

Seu horário de funcionamento é de terça a sexta, das 13h30min até as 18h, e sábados, domingos e feriados das 14h às 18h. No último sábado do mês a entrada é gratuita para todos, em dias normais custa R$ 3, mas as visitas de escolas públicas são gratuitas e podem ser agendadas pelo telefone 3228-4606 ou no e-mail museudabaronesa@gmail.com. Crianças de até 12 anos, grupos de professores, guias turísticos e funcionários municipais também não pagam.

Desde 2014 o projeto “Visibilidade do negro no Museu da Baronesa” promove palestras e outras ações sobre a história e contribuição dos negros e negras a Pelotas. As atividades trazem a comunidade para dentro do museu, que além de salvaguardar itens sobre a história da cidade também se torna um espaço para discussões a respeito desse legado e sua representatividade.  

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