Executivo, UFPel e comunidade da Colônia de Pescadores inauguram a mostra que pode ser visitada até o dia 14, no Paço Municipal

“Z3: Entre Redes e Memórias” está em exposição na Prefeitura

Executivo, UFPel e comunidade da Colônia de Pescadores inauguram a mostra que pode ser visitada até o dia 14, no Paço Municipal
Por Joice Lima 04-08-2025 | 18:05:22
Tags: exposição, z3, ufpel, museologia

Nesta segunda-feira (4), na sala Frederico Trebbi (Paço Municipal), ocorreu a abertura da Exposição Colaborativa “Z3: Entre Redes e Memórias”, com o apoio da Prefeitura de Pelotas, por meio da Secretaria de Cultura (Secult). Realizada por acadêmicos das disciplinas de Expografia do curso de Museologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a mostra celebra a história, os conhecimentos tradicionais e a cultura da comunidade pesqueira Colônia São Pedro, popularmente conhecida por Colônia Z3. 

"Este trabalho belíssimo resgata e valoriza a nossa querida Colônia Z3, que é muito mais do que uma comunidade de pescadores: é um território de resistência, de cultura viva e de gente que carrega no dia a dia o orgulho de pertencer, disse a vice-prefeita, Daniela Brizolara, que representou o prefeito Fernando Marroni na cerimônia.

Vice-prefeita Daniela Brizolara. Foto: Ricardo Bandar/Secom

A vice-prefeita recordou que o atual governo "tem compromisso com as raízes do nosso povo e iniciativas como essa mostram que é possível construir políticas públicas com base na escuta, na valorização das comunidades e no diálogo com a universidade. Que esta exposição seja mais um passo nessa rede de cooperação entre poder público, universidade e comunidade. Juntos, seguimos construindo uma Pelotas mais justa, mais humana e mais conectada com a nossa história", disse Daniela. 

Fotos: Ricardo Bandar/Secom

Cedidas por moradores locais, as peças expostas incluem itens do cotidiano ressignificados, edições raras do jornal comunitário O Pescador, animais típicos da localidade empalhados, e objetos produzidos pelas Redeiras da Z3, mulheres que transformam redes inutilizadas em arte e sustento. 

A mostra foi estruturada a partir de quatro eixos temáticos: Origens, Saberes e Fazeres, Tradição e Sociabilidade e Perspectivas de Futuro, a partir de visitas e rodas de conversa com a comunidade. Em cada um desses espaços, o visitante é convidado a conhecer histórias de luta e resistência de uma comunidade que, desde 1921, constrói seus modos de vida às margens da Lagoa dos Patos. 

Acadêmicos da Museologia/UFPel das disciplinas de Expografia I, II e III, sob orientação dos professores Daniel Maurício Viana de Souza e Diego Lemos Ribeiro, conceberam a mostra a partir da escuta, do diálogo e da imersão no território. A exposição tem curadoria compartilhada com os próprios moradores da Z3. 

Os professores orientadores da exposição, ao microfone: Diego Ribeiro e Daniel Souza. Fotos: Ricardo Bandar/Secom

"A Prefeitura ofereceu todas as facilidades possíveis para a realização desta exposição", disse o professor Diego Ribeiro. Durante sua fala, ele contou o quanto ficou feliz quando os estudantes informaram que o tema da exposição seria a Colônia Z3 e recordou: "Tive o privilégio de conhecer a Z3 por intermédio de uma pessoa muito especial, o seu Élio. Nisso lá se vão uns dez anos... Ele me colocou uma lente pela qual eu consegui enxergar a Z3 com olhos do maravilhamento, olhos de criança", recordou , emocionado, na fala de abertura. 

"A academia segue tão encapsulada nessa pretensa hierarquia do saber que às vezes esquece o quanto são importantes esses saberes locais, esses saberes ancestrais, que vêm da contribuição mais direta da comunidade", destacou o professor orientador Daniel Souza. Ele disse que, embora seja a 17ª exposição curricular do curso de Bacharelado em Museologia da UFPel, "é a primeira vez que a exposição é colaborativa. Não é sobre a Z3, é com a Z3. É um marco de amadurecimento do nosso curso e deve abrir muitas portas". 

Élio Sabino, Antônio Kidoca e Betãnia Balladares. Foto: Ricardo Bandar/Secom

Representaram a comunidade da Z3 na cerimônia o pescador Élio Xavier Sabino, Antônio Kidoca, administrador da localidade e a diretora da Emef Almirante Raphael Brusque, Betânia Balladares. "Foi com muita troca que se construiu o que se tem hoje, aqui", disse Betânia. "Estamos representando a Z3 como um grupo de amigos (...), lá a gente sempre agarra a mão um do outro. (...) As pessoas podem te tirar tudo, sugar tudo o que tens, mas jamais vão conseguir tirar a tua sabedoria", refletiu Sabino.

"O que nós, alunos, aprendemos com a nova museologia é que não é uma simples exposição de objetos... é o que ela desperta nas pessoas. Não é apenas um objeto está sendo exposto aqui, é história e o que ele representa para cada um, a memória que ele traz é diferente para cada pessoa", comentou Claudete Guilherme da Rosa. Além dela, trabalharam na construção da exposição os acadêmicos: Clóvis dos Santos, Gilson Barboza, Jamile Santos, João Carlos Cunha, Marta Pacios, Nauhan Dias e Rafael Macedo.   

Participaram da cerimônia a secretária de Governo, Miriam Marroni; a coordenadora de Arte, Cultura e Patrimônio da UFPel, Eleonora Santos, representando a reitora Ursula Rosa; e o coordenador do curso de Museologia da UFPel, José Paulo Siefert Brahm. Estiveram presentes os secretários de Cultura, Carmem Vera Roig; de Turismo, Danilo Rodrigues; e de Políticas para as Mulheres, Marielda Medeiros.  

Fotos: Ricardo Bandar/Secom

A exposição estará aberta à visitação de segunda a sexta-feira, até o dia 14 de agosto; até o dia 13, das 8h30 às 17h e no dia 14, até o meio-dia. A Sala Frederico Trebbi fica no saguão do prédio principal da Prefeitura, à Praça Cel. Pedro Osório, 101. 

Durante o período da mostra, haverá oficinas com as redeiras no Mercado Central e atividades educativas na Escola Almirante Raphael Brusque. Todo o acervo será documentado e digitalizado, garantindo o acesso livre e a democratização da memória coletiva.

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