
Prefeita abre o Seminário Virtual de Educação da Smed
A prefeita, Paula Mascarenhas, e a secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira, abriram o 2º Seminário Virtual de Educação da Smed: as relações étnico-raciais na perspectiva antirracista. O evento, composto por palestras e oficinas, é realizado pela Secretaria de Educação e Desporto (Smed) e terá 13 noites de palestras até outubro, além de oito oficinas.
Paula afirmou aos participantes do evento que educação é o tema mais relevante, sempre, para quem quer construir um mundo melhor, um país mais desenvolvido do ponto de vista humano, social ou econômico. Mas que talvez a educação nunca tenha ocupado um lugar tão fundamental quanto neste momento que a humanidade vive, com uma crise sanitária sem precedentes em que precisa retomar os seus caminhos, tendo percebido a própria fragilidade diante de tantos desconhecidos. Segundo a gestora, a educação é o único caminho, e discutir a igualdade racial, o combate ao racismo e a todas as formas de preconceito e discriminação é fundamental para a prática pedagógica.
Adriane lembrou que o tema não diz respeito a um conteúdo ou disciplina específica, mas é responsabilidade da proposta pedagógica da escola, “de todos nós, professores, alunos, trabalhadores da educação de todas as áreas e níveis de ensino. Pensar esse processo de discussão das relações étnico raciais é fundamental, discutir a perspectiva antirracista mais ainda”. Para ela, muitos temas poderiam ter sido escolhidos para o seminário, mas que a rede escolheu as relações étnico-raciais na perspectiva antirracista por entender a necessidade da implementação cada vez mais transversalizada e transversalizadora no currículo das leis 10.639, que trata da inclusão da cultura afro-brasileira; e da 11.645, que trata da inclusão da cultura indígena nos currículos escolares. “Pensar nesse processo das discussões étnico raciais é fundamental, discutir a perspectiva antirracista, mais ainda. A equipe da Smed decidiu que esse é o momento certo para fazer e ampliar essa discussão”.
A primeira palestra do Seminário, Letramento Racial Crítico, foi ministrada logo após a abertura oficial, por Marielda Medeiros, uma mulher negra, poetisa, professora aposentada, ativista do Movimento Negro Unificado, mestra em educação e doutoranda em antropologia.
Um ponto em comum entre a fala das três foi a escritora, professora pedagoga pelotense Maria Helena Vargas da Silveira, a Helena do Sul. Ela dá nome à mais nova escola municipal de Pelotas, situada no Sítio Floresta. Em seu primeiro livro, É Fogo, da década de 1980, Maria Helena denuncia o preconceito racial nas instituições de ensino vivido por ela, em Pelotas, o que transforma a sua escrita num ato resistência. A escola foi escolhida para, simbolicamente, representar todas as da Rede Municipal, na retomada das aulas presenciais, nesta semana, após um ano e meio de aulas remotas. “Eu fiquei muito emocionada, mais do que imaginava que ia ficar nesse dia e quero compartilhar com todos vocês que constroem a história da educação no nosso município. Eu só tive alguns tipos de emoção dentro de uma sala de aula e nesse dia nessa escola, ou seja, no ambiente de crescimento, de aprendizagem e de prática coletiva”, revelou a prefeita.
Seminário
O prazo para inscrições para o Seminário já foi encerrado. Para quem se inscreveu, a participação em pelo menos nove das 13 noites de palestras, às terças e quintas-feiras, das 9h às 21h, garantirá certificado de 40 horas. Para os interessados em assistir as palestras, elas serão liberadas pelo Youtube da Smed, de acordo com o calendário abaixo. Para cada palestra será disponibilizado um material de estudo prévio na página do curso no Facebook.
Entre os dias 10 de setembro e 8 de outubro serão promovidas oito oficinas, das 14h às 16h, por meio do Google Meet. O link será divulgado aos inscritos por e-mail, no dia da oficina. Cada uma delas terá 85 vagas. As inscrições serão feitas por meio dos formulários, nas datas que podem ser conferidas na programação abaixo. O primeiro prazo de inscrições será destinado aos professores da rede municipal de ensino de Pelotas. Caso haja vagas remanescentes, serão abertas aos demais interessados, com divulgação no Facebook do evento.
Confira a programação
Palestras
31/8: Educação antirracista: o que eu tenho a ver com isso?
Ledeci Lessa Coutinho. Mestre em Educação pela UFPel. Diretora da E.E.E Médio Monsenhor Queiroz. Pesquisadora da Constituição de Identidade de Mulheres Negras.
2/9: Currículo e educação patrimonial: Um olhar sobre a história quilombola em Pelotas
Cristiane Bartz de Ávila. Professora de história e orientadora da rede municipal de ensino de Pelotas.
Especialista em história da Educação pela UFPel. Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural pela UFPel. Doutora em Educação pela UFPel.
2/9: Neabi-Nec: tensionando (pré) conceitos
Tatiana Cristina Ugoski Rodrigues. Graduação em língua portuguesa e francesa na UFPel. Professora da rede municipal de Pelotas desde 2004. Mestre em educação e tecnologia pelo IFSUL. Coordenadora do NEABI da EMEF Nestor Elizeu Crochemore desde 2011.
9/9: O indígena no contexto atual: quem somos e onde estamos
Laisa Arlene Sales Ribeiro. Kaingang. Graduada em Ciências Biológicas pela UNIJUI. Especialista em Educação Indígena pela UFRGS. Mestre em Antropologia Social pela UFPel. Atua no Movimento contra o Racismo no RS.
14/9: Ancestralidade indígena, Narrativas e Contemporaneidades
Pietra Dolamita / Kowawa Apurinã. Antropológa e Arte Educadora.
16/9: Uma reflexão sobre as políticas para promoção da igualdade racial - breve análise sobre o racismo institucional
André Luis Pereira. Mestre e Doutor em Sociologia pela UFRGS. Professor de Sociologia do IFSUL.
21/9: Comunidades Quilombolas: da teoria às práticas no ensino escolar
Solange de Oliveira. Mestre em Geografia pela FURG, professora da rede municipal de ensino de Pelotas.
23/9: A cultura indígena da comunidade Pará Rokê
Cacique Gildo da comunidade Guarani – Aldeia Pará Rokê.
28/9: Resistência Kaingang
Marcos krehe Salvador. Vice-kacique da aldeia Gy ró.
Mediadora: Luiza Morais Marques. Assistente Social e mestranda em Antropologia Social pela UFPel.
30/9: Conhecer história e cultura indígena, para construir uma educação antirracista
Lori Altmann. Professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia/ICH/UFPEL, coordenadora do Núcleo de Etnologia Ameríndia.
5/10: Por uma educação pluricultural, antixenofóbica e antirracista.
Handerson Joseph. Doutor em antropologia pelo Museu Nacional da UFRJ. Professor do Programa de Pós-graduação de antropologia da UFRGS.
7/10: Os elos com a ancestralidade do Sopapo
José Batista. Luthier, escritor, percussionista, mestre de bateria, instrutor de banda escolar. Pesquisador da Cultura negra, relacionada ao Sopapo. Projetista do Sopapo, no projeto Cabobu/1999. Oficineiro de temas relacionados com a cultura negra e seus tambores.
Mário Maia. Bacharel em canto/instrumento, mestre em história e doutor em etnomusicologia. Professor aposentado da UFPel, onde atuou por 30 anos nos cursos de música e no programa de pós-graduação em antropologia.
14/10: Letramento Racial Crítico: ação necessária na educação
Marielda Barcellos Medeiros. Professora aposentada, ativista do Movimento Negro Unificado/MNU, Mestra em Educação/UNIPAMPA. Doutoranda em Antropologia/UFPEL e Poetisa.
Oficinas
10/9: BRINCADEIRAS E CANTOS KAINGANG
Com Laisa Arlene Sales Ribeiro. Kaingang. Graduada em Ciências Biológicas pela UNIJUI. Especialista em Educação Indígena pela UFRGS. Mestre em Antropologia Social pela UFPel. Atua no Movimento contra o Racismo no RS.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas – professores da Educação infantil e anos iniciais.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 23 a 29 de agosto.
Vagas remanescentes: 30 de agosto a 5 de setembro.
13/9: CULTURAS E HISTÓRIAS DOS POVOS INDÍGENAS
Com Rodrigo Avenzon. Cientista Social, trabalha há quatro décadas com os Povos Indígenas no RS. Coordenador de Políticas Específicas no Departamento Pedagógico da Secretaria Estadual de Educação do RS.
Exposição dialogada com os professores participantes trazendo esses conhecimentos a partir da realidade local, ou seja, as culturas e as histórias dos povos indígenas pensadas a partir da região onde se situa Pelotas.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 30 de agosto a 05 de setembro.
Vagas remanescentes: 06 a 12 de setembro.
17/9: ORIXÁS E SEUS ENCANTOS
Com Babalorixá Juliano de oxum Epandá. Especialista em Educação ambiental pela UNIPAMPA. Dirigente do Ilê Axé Reino de Oxum Epandá e Xapanã Jubeteí. Autoridade Civilizatória da Tradição de Matriz Africana.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas – Professores de Ensino Religioso, das áreas de Humanas e Linguagens dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 06 a 12 de setembro.
Vagas remanescentes: 13 a 16 de setembro.
24/9: CAMINHOS AFRO-RELIGIOSOS E PRÁTICAS DE SAÚDE: MATRIZES AFRICANAS E AFRODIASPÓRICAS EM PELOTAS/RS
Com Ana Paula Melo. Mestre em Geografia pela UFPel
Marceli Santos. Mestranda em Geografia pela UFPel
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 13 a 19 de setembro.
Vagas remanescentes: 20 a 23 de setembro.
27/9: O ENSINAR KAINGANG.
Com Laisa Arlene Sales Ribeiro. Kaingang.
As produções dos próprios professores indígenas, que utilizam na sala de aula, partindo do nosso próprio conhecimento e experiências vividas.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas – professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 13 a 19 de setembro.
Vagas remanescentes: 20 a 26 de setembro.
01/10: DANÇAS AFRO ORIENTADAS
Com Daniel Amaro. Coreógrafo. Diretor artístico. Professor de dança.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas – professores das áreas de
Linguagens e Ciências Humanas dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 20 a 26 de setembro.
Vagas remanescentes: 27 a 30 de setembro.
04/10: QUANDO JOGAR É ENFRENTAR O RACISMO: JOGOS DIDÁTICOS COMO FERRAMENTAS PARA APRENDER SOBRE POVOS INDÍGENAS!
Com Julie Dorrico, graduada em Letras Português/ Literatura, Mestre em Estudos Literários e doutoranda em Letras.
Kassiane Schwingel, graduada em História, especialista em "Educação, Diversidade e Culturas Indígenas", mestre em História e assessora de projetos do COMIN.
Walderes Coctá Priprá, graduada em Letras Português/Espanhol, graduada em Licenciatura Intercultural Indígena no Sul da Mata Atlântica, Mestre em História.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas – professores das áreas de
Linguagens e Ciências Humanas dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 20 a 26 de setembro.
Vagas remanescentes: 27 de setembro a 3 de outubro.
08/10: A TRADIÇÃO ROMPENDO BARREIRAS E CRIANDO LAÇOS DE AMOR E SOLIDARIEDADE
Com a Yalorixá Gisa Elena.
Público alvo: professores da rede municipal de ensino de Pelotas – professores dos 3º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental.
Inscrições:
Professores da rede municipal de ensino de Pelotas: 27 de setembro a 03 de outubro.
Vagas remanescentes: 4 a 7 de outubro.